sábado, 25 de junho de 2011

Bullying

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A nossa leitora, M. N., de 14 anos, mandou seu depoimento sobre bullying. Ela não consegue mais ficar no meio de seus colegas de escola por causa das agressões, e, quando pediu ajuda, seus pais acharam que era bobagem.
“Sofro bullying desde pequena, mas nunca liguei muito para isso. Hoje, isso começou me afetar mais. Parei de frequentar lugares onde todos os meus amigos vão pois não aguento as piadinhas que fazem sobre mim quando estão todos reunidos.  Pelo fato de eu ter um  nariz um pouco grande e ser muito magra, eles me chamam de apelidos bem chatos como ‘ladra de ar’ e ‘graveto’. E eu nem preciso estar perto para isso acontecer, pois mesmo quando estou no meu canto, recebo tuítes com zoações a meu respeito. Já falei para os meus pais sobre o problema, mas eles só riem e acham que é bobagem. Pedi que eles me levassem a um psicólogo, mas eles acharam desnecessário. O que eles não sabem é o quanto isso me faz mal.  Quando começam a falar de mim, eu tenho vontade de fugir e ir para um lugar bem longe para chorar. Eu comecei a me cortar, para que pudesse esquecer esse problema e ajuda um pouco. Eu não sei mais o que fazer….”
Procuramos uma profissional para explicar esse comportamento tão sério da leitora.“Este comportamento de se cortar frente a uma situação angustiante, apesar de muito grave, não é incomum e é sim reversível. Em uma fase como a adolescência, em que a jovem se reconhece quando participa de um grupo, ser colocada de lado faz mal para a sua autoestima. A melhor coisa que se pode fazer é procurar um psicanalista. É uma pena que os pai não levem a sério, pois aquilo que ela não pode transformar em palavras, faz com que seu comportamento ganhe as dimensões que ganhou.”, explicou a psicóloga Katia Bizzarro.
Se, como no caso da M., seus pais não acreditarem no seu problema, procure outra pessoa de confiança, como uma tia ou mesmo uma professora, e peça ajuda com o problema!

Elas sofreram bullying por ser gordinhas: a T. deu a volta por cima e a L. não ainda superou


Nem todas as pessoas reagem da mesma maneira às agressões do bullying. Algumas ficam traumatizadas para toda vida e outras resolvem dar a volta por cima e não se deixam abalar com esse problema.


T. M., de 13 anos, era chamada de gordinha, mas ao invés de ficar em depressão, ela deu a volta por cima e resolveu enfrentar o problema.
“Sou meio gordinha e desde a 1ª série do colégio os meninos da minha escola me agrediam fisicamente e psicologicamente por causa disso.  Eu sempre fui excluída das atividades e era isolada por todos.  Eu só conversava com os professores , e apenas quando eles me perguntavam alguma coisa. Por causa das agressões, troquei de colégio muitas vezes, mas nada fazia parar. Chegou a um ponto em que fiquei muito doente, por cauda do sofrimento que as agressões me causavam. Fiquei preocupada comigo mesma e pedi ajuda. Avisei meus pais sobre o problema e eles procuraram a escola, o que aumentou o diálogo sobre bullying com os alunos. Comecei  a frequentar uma psicóloga e uma nutricionista e hoje estou superbem.  Se você sofre com o bullying, na maioria das vezes quer fugir dele, se esconder, mas se não se abrir para o diálogo e não enfrentar isso, nunca superará o problema.”
Já a L.B., 18 anos, que também sofria com comentários maldosos por ser gordinha, nunca conseguiu superar os problemas que sofreu nos seus dias de colégio.
“Eu sofro com o bullying desde pequena. Comecei a engordar depois da 1ª série e minha autoestima ficou muito abalada com isso. Alguns meninos do meu colégio nunca perdiam a oportunidade de me zoar  por causa disso. Eles me chamavam de gorda, feia e até fizeram uma música sobre mim.  Mudei de escola querendo que aquele sofrimento acabasse, mas, coincidentemente,  um dos meninos que costumava me zoar se mudou para o mesmo lugar que eu.  Em um intervalo, na escola nova, ele me chamou e, só de ouvir ele falar meu nome tive uma crise de choro e tive que ir embora. Mesmo fazendo algum tempo que esse problema passou, eu não consigo superar. Eu não me acho bonita, não gosto de mim mesma, já tive depressão e me automutilei . Hoje posso me considerar melhor, mas só de ver algum desses meninos, mesmo que de longe, tenho crises de pânico.”
A psicóloga Ana Paula Maia explicou pra gente por que, apesar da agressão ser praticamente a mesma em ambos os casos, uma conseguiu superar o problema e a outra não. “O fato de uma ter superado o problema e a outra não pode se dever a vários fatores. A gente é uma caixa de surpresas. Enquanto uns conseguem se resolver, outros surtam completamente. É tudo uma questão de ter o desejo de mudança. A pessoa vê aquilo que os outros implicam e resolve procurar ajuda e se tratar para superar isso. É como vemos no seriado ‘Glee’, onde os personagens trabalham o que não gostam dentro deles. A superação depende também de como essa pessoa tem suporte em casa. Se os pais estão atentos ao problema e apoiam o filho, com certeza as possibilidades de superação são melhores.”

“Por causa do bullying, comecei a me auto-mutilar”

A leitora G.V., de 13 anos, mandou sua história sobre bullying para nós. No caso dela, a situação chegou ao extremo. O sofrimento que as agressões causaram era tão grande que ela começou a se mutilar.
“Por causa do bullying, comecei a me auto-mutilar. Eu sofro bullying desde os 6 anos, tudo porque tenho uma marca de nascença no rosto, parecida com uma mancha. Em 2008, tudo ficou mais grave. Eu era nova na escola, e quando chegou próximo ao meu aniversário, eu chamei toda a turma para fazer parte, mas ninguém apareceu. A partir disso, comecei as mutilações, pois não me sentia mais importante para ninguém. Este ano, um aluno que era novo na escola em que eu estudo começou a me zuar, e por causa dele, logo em seguida, a escola toda estava me agredindo. Eles falavam que eu estava suja e tentavam limpar meu rosto, no lugar onde tenho minha mancha. Não tinha coragem de contar para os meus pais, mas tive que conversar com meu pai sobre o assunto. Ele foi até a escola falar do problema, e os meninos que fizeram isso comigo foram transferidos, mas o vazio que eu sinto ficou.”
Nós conversamos com a psicóloga Fabiana Pires, que comentou o depoimento da G. “ É essencial promover a conscientização de pais, professores, alunos e todos os que assistem a esse tipo de prática que tanto mal causam as pessoas. Ensinar o respeito pela diversidade é promover a saúde mental e física de todos.”, contou.
Se você passa por um problema como esse não fique calada. Conte aos seus pais e aos responsáveis no seu colégio e enfrente o problema. Essa é uma das maneiras de fazer as agressões pararem.

"Mudei de escola,mas as marcas do bullying ainda não sumiram"
A leitora C. L, de 15 anos, mandou seu depoimento para gente contando seus problemas. As agressões com ela foram tão graves que, além de largar a escola, ela teve que começar a ter acompanhamento psicológico.
“As pessoas costumam me zoar desde pequena e nessa época eu nem me importava, mas percebi que com o passar dos anos, as zoações frequentes começaram a influenciar e atrapalhar a minha convivência com meus colegas. Eu cheguei a entrar em depressão, pois não conseguia mais me relacionar com as pessoas. Os garotos do colégio não olhavam para mim e só me atacavam, me chamavam de gorda, nojenta, até de diabo já me chamaram. A gota d´água foi quando uma colega levou um cano de PVC na escola só para me agredir. Eu consegui escapar da agressão e fui contar para a diretora sobre o problema. Ela não tomou nenhuma atitude a respeito e ainda me acusou de estar mentindo por querer ser a “queridinha” de todos. Eu mudei de escola, mas as marcas do bullying ainda não sumiram. Hoje faço tratamento para lidar com o problema.”
Para a psicóloga Célia Mello, mudar de escola é uma última saída. “Cada caso é um caso, já que existem adolescentes que conseguem se defender sozinhos, sem a ajuda dos pais ou da coordenação da escola. Mas acredito que a troca do colégio seja uma medida extrema a ser tomada. Essa menina já faz tratamento, o que pode ajudá-la a superar esse problema, mas esse trauma pode se tornar parte da personalidade dessa pessoa.”, explica.
Ou seja, mudar de escola até pode ser uma solução, mas nem sempre resolverá os problemas deixados pelo bullying.
Entre as celebridades…
Esta semana o assunto bullying ganhou novamente destaque nas notícias depois que boatos sobreesse tipo de agressão começaram a  cercar a vida da atriz Emma Watson.
Tudo começou porque ela está deixando a faculdade que cursa, a Brown, por outra instituição ainda não divulgada. O anúncio fez com que as pessoas começassem a especular que a saída da universidade seria resultado de possíveis agressões que a atriz estava sofrendo no ambiente universitário.
Segundo o assessor de Emma, toda essa especulação é uma grande mentira. “Emma aproveitou muito o tempo que ficou na Brown e fez amigos, com os quais ela ainda mantém contanto. Essa história debullying é mentira. Ela esta mudando de universidade apenas porque quer ingressar em um novo curso”,disse o assessor em entrevista ao site E!.
Com a atriz, as agressões podem não ter passado de um boato, mas o bullying não é nenhuma brincadeira!


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